quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

«Breathe, you are still alive»


Encontrei o meu tempo a pensar na minha morte. Sim, eu morri, há uns meses, quase um ano, morri durante umas horas. Talvez tivesse falecido há mais tempo, eu não sei, ou não quero saber.

A música tem o dom de nos escutar quando precisamos, e a minha guitarra é o meu diário. E foram precisamente as minhas mãos a acariciarem as cordas, a sensação de cada nota, que fizeram o meu tempo pensar na minha própria morte.

O meu suicídio. Ou pelo menos, a minha tentativa para tal. Quando não há mais nada que nos faça sentir, ele é a solução. Encontra-se na morte algo melhor que este mundo. Era o que eu achava. E a caixa dos comprimidos não estava longe.

Creio que não pensei muito no que estava a fazer. Tinha passado o dia a questionar-me e não encontrei nenhuma resposta. Não pensei sequer que alguém fosse sentir a minha falta. Apenas não sentia, como se andasse à deriva na vida. Na vida que eu não vivia, ou melhor, na vida que não me deixaram viver.

Tinha uma sensação de gozo a cada comprimido que engolia, como se pudesse controlar o meu destino, como se tudo fosse acabar, de vez. Correu mal. Ou bem. Depende da perspectiva.

A verdade é que fui encontrada ainda com vida. Eu encontrei-me com vida.


Agora acredito que por mais difícil que seja passar mais um dia no limiar do Céu e do Inferno, a esperança é sempre uma cura. E ela está sempre lá. Mesmo que não a vejamos. A esperança consegue mudar o nosso rumo. Depende de nós.


«A felicidade procura-te» (Mariana R. Silva)

5 comentários:

mv disse...

hey Rose, que situação tão complicada!!!!
Se não fosse esse nome tão estranho, nunca saberia que eras tu :) até nisso és diferente...
espero que a esperança tenha voltado realmente ao teu coração. Ou será ao cérebro?
adorei o nome do blog.

Sara S. disse...

Bem verdade. Lembro-me perfeitamente da noite em que isso ocorreu. O supense, a aflição, a preocupação... Não foi uma noite boa de todo. Agora encontras-te bem, graças a Deus que te encontras bem. Nem quero pensar em oomo poderia ser a vida se a noite tivesse outro desfecho. E a felicidade sempre te encontrou. A Mariana proferia palavras bastante sábias :) Um grande beijinho rosélia. Que essas notas possam trazer-te também melhores memórias.

Luh disse...

há certas coisas que...me deixam sem palavras...é ler,absover,e dar graças a Deus por tudo estar bem agora...foi tudo tão estranho...tão surreal.

mas ainda bem que continuo a ver o teu sorriso nos corredores da ESAS e nas paredes do meu coração

Anónimo disse...

Acompanha o meu blog, por favor.

L

Catarina Leandro disse...

Sei o que sentiste amor, mas pensa que assim aprendemos a dar mais valor à vida! A caixa não estava longe, mas Deus estava ainda mais perto, e não te deixou partir :)
Fazes falta :)