Aguarela
"The evening trees moan as if they knew, at night I always dream of you." Opeth- Black rose immortal
quarta-feira, 20 de julho de 2011
quinta-feira, 26 de maio de 2011
A cascata da ninfa
Nesta linha de vidro eu sou a louca,
cravada de pérolas roubadas às fêmeas banais,
como sou a sublime, soberba deusa das artes da alcova
que nudista sou eu, entre vontades, sonhos e verbos carnais.
Dispo-me de conceitos morais e limpos de vergonha
enquanto despejo em mim saliva e tacto, prazer.
Que desejos proibidos se espalham na louca que sensualiza
a fusão das peles rasgadas a arder.
A sedução da boca e dos dedos que me tocam à noite
despertam o húmido ventre que anseia pela rocha penetrante.
Alojam-se na minha demência erótica e brutal,
qual besta porca, cheirosa, repugnante.
Gritar, gritar orgasmicamente, cerrar as mãos,
curvar o tronco com os seios a palpitar, de rijos que estão,
pedem mordedura de animal teso e apaixonado,
homem de envergadura feroz e corpo mais que suado.
Abraço de prata oxidada pela humidade dos órgãos,
eu sou a louca que recebe a explosão viril e entrega o céu.
Não falo em véus, não menciono pruridos nojentos,
mas emano o solene aroma a fogo, apenas meu.
sábado, 21 de maio de 2011
Vácuo
O nó que trago cá dentro, emaranhado na garganta, prende-me as mãos e os pés, impede-me de crescer. O nó que trago cá dentro solta os lobos que escondo secretamente nos olhos, e atiça-os.
Eu percorro o trilho da floresta como se não caminhasse, e vejo as árvores a passar por mim, e vejo os pássaros a passar por mim, e vejo as pedras a passar por mim, e vejo o Sol a passar por mim, e vejo a noite a passar por mim, e vejo a terra a passar em mim. E eu fico de pé, imóvel, a olhar, a ver. Mas não sinto.
Não tenho trevas nem luz, nem espaço nem tempo. Não sei o que tenho, apenas sei o que não tenho, e nem uma subtracção me indica o resto. Talvez seja porque não há resto.
Se houvessem 'ses', suporia, presumiria o que sou, visto que não sou quem. Há uma crise que arde cá dentro, afoga, asfixia. Estou enjoada.
Não passo por ninguém.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Solstício
A imortalidade do meu desejo despido
é a incandescência suave da Lua adorada,
a mão invisível de uma humanidade rasgada
pelo coração pobre do homem ferido.
E eu quero revolucionar este dia perdido,
espalhar a liberdade, por mim tão desejada,
que o amor é divindade sagrada,
se for feito como é sentido.
Se o tesouro que guardo for de algodão,
o sentimento mais puro será de cetim
e o Universo estará mais próximo da perfeição.
E se a força da mudança nascer, enfim,
serei eu a esperança do Sol, mas então
diz-me, por que é que eu não sou para mim.
6 de Fevereiro de 2011
sábado, 29 de janeiro de 2011
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
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