terça-feira, 1 de julho de 2008

Soneto que fala por si...


Delírio

Talvez sejas um abismo perdido,
no puro deleite da mágoa fervida
num poço gelado de água despida,
a quem o céu deu o mar esquecido.

Talvez até sejas o vento dissolvido
numa palavra doce e colorida,
em que a perfeição, modesta e polida
ofereceu o medo quente e fugidío.

E eu, simples e frágil sustento
sou calma e só, e misteriosa,
um som, um nada, um momento,

que em tudo guardo silenciosa,
o sonho que secretamente tento
dar-te, numa lágrima fervorosa.
27.06.2008

2 comentários:

Anónimo disse...

Rosie =)
Continuas a surpreender com a tua criatividade . . .

Gostei muito deste soneto... e o "delírio" de que me fala não me é só muito familiar, como também encaixa em mim...

Continua =)

Ich dich auch <3

Joana Torres disse...

Sempre que venho ao teu blog, tenho de ler isto !
=')
É tão lindo...

Adoro-te Rosie