quinta-feira, 26 de maio de 2011

A cascata da ninfa

Nesta linha de vidro eu sou a louca,
cravada de pérolas roubadas às fêmeas banais,
como sou a sublime, soberba deusa das artes da alcova
que nudista sou eu, entre vontades, sonhos e verbos carnais.

Dispo-me de conceitos morais e limpos de vergonha
enquanto despejo em mim saliva e tacto, prazer.
Que desejos proibidos se espalham na louca que sensualiza
a fusão das peles rasgadas a arder.

A sedução da boca e dos dedos que me tocam à noite
despertam o húmido ventre que anseia pela rocha penetrante.
Alojam-se na minha demência erótica e brutal,
qual besta porca, cheirosa, repugnante.

Gritar, gritar orgasmicamente, cerrar as mãos,
curvar o tronco com os seios a palpitar, de rijos que estão,
pedem mordedura de animal teso e apaixonado,
homem de envergadura feroz e corpo mais que suado.

Abraço de prata oxidada pela humidade dos órgãos,
eu sou a louca que recebe a explosão viril e entrega o céu.
Não falo em véus, não menciono pruridos nojentos,
mas emano o solene aroma a fogo, apenas meu.

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